Quero correr meus dedos pela tua porta, sentir o nó dos dedos batendo de leve na madeira, cada golpe com seu som e eco. Ouvir tua voz pedindo pra esperar, sem saber quem está ali fora aguardando. Prestar atenção aos som dos teus passos se arrastando apressados, calçando um chinelo fujão, enquanto meu coração ansioso dispara. Respirar fundo, me apoiar no batente e me preparar para deliciarme com o teu sorriso surpreso ao puxar a maçaneta e me ver parado á tua frente.
Quero entrar sem pedir licença, recuar-te sem toques, até estarmos no teu lugar. Só então levantar minha mão em direção ao teu rosto. Estender os meus mudos dedos um a um, singrando o silêncio eterno do momento, disfrutando a distância até tua face, a eletricidade pulsando entre eles no instante em que tocam tua pele. Correm lentos em direção ao teu cabelo, acariciando te suavemente por trás da orelha, puxando-nos levemente em direção ao outro. Teus olhos abertos, engolindo a luz refletida pelo meu rosto, enquanto o mundo congela, o segundo entre nossos lábios contendo agora milênios e eras. De pronto teus cílios se negam a ficar separados e se juntam como nós, pele contra pele.
Quero umedecer tua boca lentamente, morder cada pedacinho do teu lábio até o outro ficar com ciúme, meu braço correndo pela tua cintura, te prendendo como uma serpente, uma mão nas tuas costas e a outra decifrando teu rosto. Te apoiar na parede e me perder no teu abraço. beijar teus olhos, teu nariz, tua testa. Beijar cada pedaço do teu rosto, sem descansar, apenas parar de tempo em tempo para admirar teus olhos fechados.
Por fim, te deitar suavemente na tua cama, e juntos desfrutar a eternidade.
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