segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Vícios

Já sinto saudades de você.
Como se fosse um vício
do qual me livrei a tempos,
meus vasos ainda tinham tua memória.
Meu corpo ainda não esqueceu
aquele abraço atrás da porta.
Escondidos de nós,
escondidos do mundo,
fizemos nosso crime
e vivemos pra não contar.
Achei que tive sucesso
em te ver virar as costas
e sumir no horizonte.
Fiquei na minha caverna,
e adocei meu fel
com veneno e estórias
de romances perdidos
e de amores frustrados
onde tudo se resolve no final,
mesmo que num final infeliz,
mas resoluto, e final.
E então você veio,
para me provar que estava errado,
não existe definição,
e vícios são vícios.

E agora eu estou aqui,
remoendo na cama algumas silabas desconexas,
chamando-as de versos,
procurando sentido
pruma angustia desconhecida
que eu conheço bem.
Lá fora o dia amanhece,
mas vícios, são vícios.

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