eu passo os dedos
nas dobras do papel
eu acaricio as fibras
que suportam a cor
branca da celulose
nela eu apago a dor
rimo esperançoso
o amarelo com o apelo
do lamento rouco
de um violoncelo
mas por mais tente
não consigo prender
o sabor castanho
dos teus infantis
olhos escuros
eu passo os dedos
nas bordas do papel
buscando um verso
para aprisioná-lo
em fibras brancas.
(são paulo, 19/07/08)
domingo, 20 de julho de 2008
domingo, 13 de julho de 2008
Alguém me ofereceu um coração novo
mas novo não tem graça...
coração bom,
tem que ser usado,
com vivências,
com paixões,
com histórias
pra contar pros netos,
e com muitos desejos.
tem que saber amar
e olhar pra trás
com carinho.
um coração novo
de nada serve,
nada acrescenta,
não tem erros
dos quais aprender.
coração bom
já foi muito pisado
mas continua a bater.
coração bom,
tem que ser usado,
com vivências,
com paixões,
com histórias
pra contar pros netos,
e com muitos desejos.
tem que saber amar
e olhar pra trás
com carinho.
um coração novo
de nada serve,
nada acrescenta,
não tem erros
dos quais aprender.
coração bom
já foi muito pisado
mas continua a bater.
Sombras
És um dia cheio de ódio
és um dia cheio de rancor
num canto escuro do teu peito
dorme gelado aquele que chora
o teu hálito não empana vitrais
frios como uma manhã de inverno
teus olhos foscos renegam
o desejo que deviam sonhar
tua sombra acompanha a minha
se dão as mãos sem se tocar
nossos corpos se pertencem
como dois trapezistas cegos
sampa/dutra/guarulhos 10/07/08 22hrs
és um dia cheio de rancor
num canto escuro do teu peito
dorme gelado aquele que chora
o teu hálito não empana vitrais
frios como uma manhã de inverno
teus olhos foscos renegam
o desejo que deviam sonhar
tua sombra acompanha a minha
se dão as mãos sem se tocar
nossos corpos se pertencem
como dois trapezistas cegos
sampa/dutra/guarulhos 10/07/08 22hrs
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